O agronegócio brasileiro enfrentou um aumento expressivo nos pedidos de recuperação judicial em 2024. De acordo com dados da Serasa Experian, o número de solicitações mais do que dobrou em relação ao ano anterior, passando de 534 para 1.272 pedidos. Esse crescimento foi impulsionado por diversos fatores que afetaram a saúde financeira dos produtores rurais.
Entre os principais desafios enfrentados pelo setor estão a elevação das taxas de juros, o aumento dos custos de produção devido à inflação e à desvalorização cambial, além de adversidades climáticas que impactaram negativamente as safras. Esses elementos combinados pressionaram a rentabilidade dos produtores, especialmente aqueles com maior nível de endividamento.
Observou-se também que a maior parte das solicitações de recuperação judicial partiu de produtores que atuam como pessoa física, evidenciando a vulnerabilidade dos pequenos e médios agricultores diante do cenário econômico desafiador. Especialistas alertam que, embora o número de pedidos seja significativo, ele ainda representa uma fração do total de propriedades rurais no país, que ultrapassa 5 milhões de unidades. No entanto, a presença de grandes empresas entre os solicitantes acende um alerta para possíveis efeitos em cascata nas cadeias produtivas.
Diante desse panorama, é crucial que os produtores rurais adotem estratégias de gestão financeira mais robustas, buscando alternativas para mitigar riscos e fortalecer a resiliência de suas operações. Além disso, políticas públicas que visem amenizar os impactos das oscilações econômicas e climáticas podem desempenhar um papel fundamental na sustentação do agronegócio nacional.
Fonte: Globo Rural